quinta-feira, setembro 14, 2006

Voltando cerca de seis meses atrás no tempo...

... a primeira semana da Leobinha... (em resumo)

... foi tão intensa (para os papás) que quase pareceu um mês ou mais. Não posso contá-la do ponto de vista dela, mas não me parece que tenha sido muito fácil, coitadinha. Para nós, teve momentos óptimos (todos os passados com ela, com algumas excepções para as pequenas "torturas" que tinham de lhe fazer e que não eram nada agradáveis) e momentos muito difíceis. Isto porque, como já disse, a Daniela teve de passar a sua primeira semaninha no serviço de neonatologia do hospital. Felizmente, correu tudo muito bem e só teve de ficar os sete dias como medida de prevenção para fazer o tratamento completo com os antibióticos.

O papá foi incansável! Nunca (tanto quanto o deixavam) saiu de perto da pequerruchinha (nem mesmo para comer; durante os primeiros 3 dias, pouco ou nada comeu). Eu tinha forçosamente que ir comer por causa do leitinho e assim que tive alta passei a obrigá-lo a comer também. De resto, era sempre super carinhoso (como ainda é) e tínhamos mesmo que "lutar" pela honra de estar com a nossa piolhita ao colo. ;-)

A minha recuperação foi excelente. Raramente estava lá em cima (as novas mamãs ficam no 5º andar e a neonatologia é no 4º) excepto à noite porque tinha mesmo de ser e quando ia comer e, de vez em quando, porque lá era "caçada" por alguma enfermeira que me forçava a deitar-me um bocado para descansar as minhas "patas de elefante" (nunca aconteceu durante a gravidez, mas depois do parto os meus pés quadruplicaram de tamanho) e pôr gelo. Mesmo assim, nunca fiquei os 20/30 minutos que elas recomendavam. Passados no máximo 10, escapulia-me sorrateiramente para o pé da minha filha e do seu incansável papá.

As noites eram o mais difícil porque na neonatologia não é permitido os papás passarem a noite e às 23h lá tínhamos que vir embora (o horário de saída era às 22h, mas elas fechavam os olhos até porque a Leobinha mamava a essa hora). Era horrível ter que vir embora sem ela, o coração vinha sempre bem apertadinho e a lágrima sempre ao canto do olho, apesar de sabermos que ela ia ser muito bem tratada. Deixávamo-la sempre a dormir, mas era muito mau pensar que quando ela acordasse, nós não estaríamos lá. :-(

O pessoal do serviço era um espectáculo, médicos, enfermeiras e auxiliares. Eram todos muito simpáticos para os papás e, o que era bastante mais importante, muito bons com os bebés. Eficientes, claro, mas sempre com um carinho também. E sentir/ver/saber isso foi uma ajuda e tanto naqueles dias.

O único senão é que eram muitos, o que resultou em recomendações e ensinamentos muito variados, quando não eram totalmente opostos. Mas isso até foi bom porque nós, tendo lido vários livros sobre como tratar um bebé, já tínhamos chegado à conclusão que, quando chegasse a altura, teríamos de confiar bastante na nossa intuição e poder de observação para ver o que seria melhor para a Leobinha enquanto bebé único e, portanto, diferente de todos os outros.

Ainda assim, sendo pais de primeira viagem e eu não tendo tido qualquer tipo de "estágio" a tratar bebés, poderíamos ter tendência a seguir quase cegamente as recomendações de uma única enfermeira e/ou pediatra. Desta maneira, ficámos completamente convencidos de que isso era mesmo impossível. Caso contrário, teríamos de:

- dar 4 banhos por dia à Daniela (3 com variações na maneira de pegar ou na ordem a ser dado e 1 completamente diferente);
- trocar-lhe a fralda sempre depois de ela comer, sem nunca lhe trocar a fralda depois de ela comer;
- pegar nela ao colo o máximo possível, evitando pegar nela ao colo o tempo todo;
- dar-lhe de comer sempre que ela mostrasse ter fome independentemente do tempo que tivesse passado, fazendo-o só se já tivessem passado 3 horas desde a última mamada;
- nunca a deixar mais de 4 horas sem comer, podendo deixá-la sem comer o tempo que ela quisesse;
- não exagerar no creme para o rabinho que, aliás, nem sequer era preciso meter sempre, metendo sempre creme e em grande quantidade;
- fazer-lhe massagens depois do banho só se ela parecesse disposta a isso, tendo de as fazer sempre sem excepcão...

e mais recentemente:

- fazer-lhe a base da sopa sempre com batata, cenoura e abóbora, nunca misturando a cenoura com a abóbora;
- dar espinafres só a partir dos 6 meses, dando logo aos 4 porque fazem muito bem;
- insistir muito com a água que agora com a introdução dos semi-sólidos é essencial, não nos preocupando muito com isso;
- nos dias de muito calor, deixá-la só de fraldinha, vestindo-lhe sempre qualquer coisinha...

enfim, ia ser uma festa cá em casa se tentássemos fazer tudo isto, e não íamos ter uma filhota nada confusa, nãããããããõ. ;-)

1 comentário:

Caracoleta disse...

Realmente comigo aconteceu o mesmo. Mudava o turno, mudava a enfermeira, mudava a opinião mas eu fiz como tu. Segui o meu instinto e até agora tenho-me safado bem, lol!
Beijinhos