quinta-feira, setembro 14, 2006

A primeira semana da Daniela (dia a dia)

Ainda dia 16 de Março de 2006:

porque me esqueci de dizer que o tio Rui (irmão do papá) a foi visitar nesse dia. Ela estava a dormir e não o chegou a ver, mas valeu na mesma. ;-)

17 de Março:

A Daniela mamou pela primeira vez (e papou pela primeira vez porque no dia 16 passou todo o dia ligada ao soro e com um tubo enorme que lhe chegava ao estomago para aspirar todas as porcarias que ela tinha engolido) :-( por volta das 10 da manhã. Correu muito bem mesmo (pudera, coitadinha, devia estar cheia de fomeca), apesar de ela não ter conseguido pegar nos próprios mamilos (tenho um raso e o outro invertido :-P). Já ia preparada com os mamilos de silicone, esterilizados e prontos a usar e, depois dos ditos devidamente colocados, e da enfermeira me ter ajudado a adoptar a posição correcta para a minha pequenita, ainda estava ela a dizer-me que a primeira vez ia ser difícil porque a Daniela não sabia bem o que fazer e ainda para mais com aqueles apetrechos quando eu lhe digo que "já está, ela já está a puxar". E estava mesmo, cá com uma força. Foi muito, muito bom. E também foi bom ver a reacção das enfermeiras de serviço. Quando a que me estava a ajudar disse que a Daniela já estava a comer, foram todas espreitar e ficaram quase tão contentes como eu e o papá. :-)

Depois de bem alimentadinha, chegou a altura de ver a sua primeira prenda: uma boneca maior que ela que o papá lhe tinha comprado lá mesmo no hospital e que agora foi baptizada pela avó materna de Bia. Adorou-a! Sim, porque a minha princesita já era muito cusca, já queria ver tudo e gostou muito da sua nova amiga. ;-)

Os avós maternos foram visitá-la. Aliás, eles foram todos os dias, até porque, quando o papá recomeçou a comer e depois da mamã ter alta, eram eles que nos levavam umas sandezitas para o almoço e outras para o jantar.

18 de Março:

Foi a vez do tio Luís (meu irmão que é também o padrinho dela) a ir visitar. Por azar, teve logo que assistir a uma mudança de catéter de uma mãozinha para outra. Foi também a primeira que o papá viu. Eu não vi porque estava a tirar leitinho com a bomba para ficar para a noite.

Uns amigos e ex-colegas de trabalho meus, actuais (na altura) do papá, também apareceram lá, mas só me puderam visitar a mim porque só os pais, os avós e os manos podem visitar os bebés que estão na neonatologia (os tios foram entrando porque o pessoal era mesmo simpático, mas nunca puderam ficar muito tempo).

Finalmente, e para começar da melhor maneira, ensinei a minha pequerrucha a deitar a língua de fora, e ela aprendeu bem rápido. ;-)

19 de Março:

A avó paterna e o tio Zé Carlos também foram visitar a Daniela e ficaram, como é óbvio, encantados. :-)

E foi o primeiro Dia do Pai do papá mais babado do mundo. Apesar de não ter sido passado no sítio mais desejado, as prendas que a Daniela lhe deu foram, sem dúvida, as melhores:

- passou da incubadora para o berço; :-)
- deu-lhe, por intermédio da sua médica, a notícia de que estava tudo óptimo com ela e só tinha mesmo que acabar o tratamento para ter alta; :-)
- muitos beijos e muitos carinhos e o privilégio de a poder ter ao colo quase todo o dia. :-)

Eu tive alta. Era para ter sido no dia anterior mas, para variar, eu não estava lá quando a médica foi fazer a ronda. :-P E só a tive neste dia porque me telefonaram para dizer para lá ir.

Dei o primeiro banhinho à Daniela, uma operação muito meticulosa e duplamente cuidadosa porque, além dos cuidados naturais a ter (especialmente para uma completa novata na matéria) não queria, por nada, molhar o bracinho onde estava o catéter, senão teriam que pôr-lhe outro. Por isso, todos os banhos foram sempre dados com a ajuda de uma enfermeira que se certificava que essa área ficava sempre sequinha.

Também mudei a primeira fraldinha. Enquanto ela esteve na incubadora, tudo isso era feito pelas enfermeiras.

Quando chegámos a casa, e foi uma sensação muito,muito estranha e nada boa ter saído do hospital sem a minha pequerrucha nos braços, montámos finalmente a caminha de grades. Ficou linda, mas faltava o mais importante...

20 de Março:

Os papás fizeram 6 anos e 1 mês de namoro e foi o primeiro festejo já com a nossa filhinha nos braços. :-) Não fomos jantar fora, mas ficámos todo o dia a admirar a personificação do nosso amor que é muito, muito mais que isso, o que foi infinitamente melhor.

Numa nota muito menos positiva, o catéter que estava no bracinho bloqueou e tiveram de passá-lo para um pézinho. :-( Assisti pela primeira vez (e, felizmente, última) e foi horrível. Felizmente, ela acalmava-se logo assim que vinha ou para os meus braços ou para os do papá, mas enquanto as enfermeiras trabalhavam não podíamos fazer grande coisa excepto umas festinhas na cabecinha dela e desejar que elas conseguissem fazê-lo o mais depressa possível.

21 de Março:

Apesar de estar cada vez mais perto a vinda de todos para casa, estes últimos dias foram muito maus para a minha pequenina porque não houve descanso nas picas. Neste dia, fizeram-lhe o teste do pézinho e deram-lhe as primeiras vacinas. :-(

22 de Março:

Pesaram a Daniela à nossa frente pela primeira vez (faziam-no todos os dias) e verificou-se que ela já tinha recuperado e ultrapasso um pouquito o peso à nascença. Nasceu com 2990kg e tinha agora exactamente 3kg.

As agulhas voltaram a atacar para uma tiragem de sangue que, ainda por cima, se revelou muito, mas mesmo muito difícil. As veiazinhas já pequeninas da minha pequenita estavam, ainda por cima, saturadas de tanta picadela e custou mesmo muito conseguirem encontrar uma boa para tirar o sangue necessário para as análises precisas para a alta. :-(

23 de Março:

Finalmente, a minha piolhita pôde vir para casa. Saiu de lá com 3,035kg e a nota de que estava óptima de saúde. :-)

Saímos por volta das 12h, apesar de chover torrencialmente e de fazer muito vento, e de algumas das enfermeiras de serviço estarem a almoçar. Gostávamos muito de lhes ter agradecido a todas antes de sairmos, mas estávamos tão ansiosos por vir embora que, assim que nos deram ordem de saída, vestimos a piolhita muito bem agasalhadita, colocámo-la no ovo, "agasalhámos" o ovo, agradecemos muito à enfermeira que lá estava, pedimos-lhe que o transmitisse a todas as outras (mais tarde, fizémo-lo pessoalmente) e saímos a toda a pressa, não fossem eles mudar de ideias. ;-)

Antes de sairmos mesmo porta fora, ainda tive um pequeno susto. Por causa do mau tempo, o meu pai tinha ido buscar o carro até à porta do hospital enquanto que eu, o maridão, a filhota e a minha mãe ficámos perto da saída à espera dele. Nisto, chega-se um segurança ao pé de mim a perguntar se eu era a Susana. A minha reacção foi agarrar-me ao ovo com toda a força, onde a minha pequenita dormia tranquilamente, e pensar que não ia deixar que a levassem do pé de mim outra vez. Tosca, obviamente, o pobre homem só queria confirmar que havia realmente ali uma bebé, filha de uma Susana, que ia para casa nesse dia, porque os carros "civis" não podem entrar dentro do hospital e o meu pai teve que pedir ao outro segurança que o deixasse passar e explicar-lhe porquê, eh, eh, eh. Respirei fundo e lá viémos nós para nossa casita, finalmente todos juntos. :-)))))))))

(apesar de estar a ver que tínhamos de deixar lá o avô que, com a pressa, deu uma grande cabeçada no carro quando ia a sair para nos ajudar com a menina e partiu a cabeça... muito levemente, não era coisa para pontos nem nada.) ;-)

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