Foi no finalzinho de 2004 que o papá Leão e eu decidimos que eu ia deixar de tomar a pílula e a 20 e muitos de Dezembro a minha última carteirinha acabou e não se comprou mais. Começámos então o ano em grande! Segundo várias amigas e uma ginecologista, andando a tomar a pílula há já 10 anos, era muito provável que demorasse pelo menos um ano ou mais para conseguir engravidar o que era tudo muito bem já que praticar com o papá Leão é sempre bom! ;-) No entanto, demorou apenas 6 mesinhos.
No dia 4 de Julho de 2005, data prevista para o meu agora super-regular eu, o período não apareceu. :-) Corri logo a telefonar ao papá, que infelizmente estava a trabalhar enquanto eu estava de folga. Decidimos não contar logo a ninguém e esperar mais uns dias, mas eu tive a minha 1ª ( e até agora, única) demonstração de 6º sentido maternal com a certeza de estar grávida e nessa noite festejámos só os dois. Ainda assim, passámos esse dia e os seguintes a telefonar e mandar sms um ao outro, eu de cada vez que ia à casa de banho para confirmar que nada vermelho tinha dado sinal e ele para perguntar se eu tinha ido à casa de banho entretanto. ;-)
Escusado será dizer que ficámos, portanto, super contentes e muito excitados. Mal podíamos esperar para contar a toda a gente. Mas antes tínhamos de confirmar o que já sabíamos no coração. Como já tinha uma ecografia marcada para o dia 13 de Julho, resolvemos esperar até lá. E aí chegou a confirmação, com direito a fotografia e tudo (a lá de cima, claro. E é incrível os sorrisos que uma "bolinha" de 8 mm pôs na cara dos futuros papás. É que nem sequer se conseguia ainda ver o bebé;-)). Só uma "bolinha" linda, muito, muito pequenina e o diagnóstico de um útero gravídico, com 5 semaninhas. :-) O que parecia um sonho tornou-se real de um momento para o outro e o que já tinha mudado, mudou mesmo. Continuando a ser a mesma maluca de sempre, fiquei diferente ao mesmo tempo e nem agora consigo explicar realmente como e no quê. Só sei que um balãozinho se encheu no meu coração e que este parece estar sempre a crescer a cada dia que passa.
Foi então a altura de contar à família mais próxima e de nos deliciarmos com as reacções deles. Uma avó quase a chorar e com medo de acreditar porque vai ser a sua 1ª neta, a outra a chorar mesmo, um avô muito orgulhoso mas a tentar que isso não se percebesse porque é essa a sua maneira de ser ;-), uma bisavó e uns tios muito contentes, uma prima/madrinha super contente e um priminho pequenino a aprender que a futura priminha estava na barriga da "Tutana", como ele me chamava na altura. :-)
Quanto aos amigos e colegas de trabalho, a maioria dos quais eram em comum pois eu e o papá trabalhávamos para a mesma empresa, iam ter de esperar até fazermos 3 mesinhos. Não foi fácil, primeiro porque nós estávamos a rebentar de felicidade e só queríamos gritar as boas notícias para o mundo, e depois porque os amigos mais próximos que sabem o quanto eu gosto de fumar um bom cigarrinho ou de beber um copinho de bom vinho começavam a estranhar grandemente o facto de eu ter deixado subitamente de fazer uma coisa e a outra. Aliás, não conseguimos mesmo esconder de todos e "tivémos" de contar a 3 deles antes do tempo que nos tínhamos proposto. ;-)
O dia 4 de Julho de 2005 ficou então marcado para sempre na minha vida como um dos mais felizes até agora e diferentes de todos os outros porque foi o dia em que soube que ia ser mãe. E o solstício de verão de 2005 ficou marcado porque foi por essa altura que a minha " Midsummer Child" foi com certeza concebida, nessa altura de luz e alegria, de fertilidade e crescimento, de calor e força, em que fomos verdadeiramente abençoados com o realizar de um desejo e com o começo de um sonho.
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